segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mafersa 700 e suas fases

Mafersa 700 RFFSA STU-R.J.
Esta série de trens ganha destaque na indústria ferroviária nacional como sendo a tecnologia aplicada em material ferroviário no Brasil,a Mafersa (Material Ferroviário S.A.) começa a produzir em 1979 as primeiras unidades da série 700 para a R.F.F.S.A. (Rede Ferroviária Federal) para o sistema de subúrbios do Rio de Janeiro.
Os trens desta série originalmente possuem excelente "Torque"  (O torque é definido a partir da componente perpendicular ao eixo de rotação da força aplicada sobre um objeto que é efetivamente utilizada para fazê-lo girar em torno de um eixo ou ponto central, conhecido como ponto pivô ou ponto de rotação.).
Comando moderno e unificado com excelente aceleração,porém alguns fatores foram denominados críticos e mereceram a atenção da manutenção de trens em geral e que por muitas vezes eram responsáveis por grande número de falhas registradas em Atas de ocorrências das oficinas,umas das causas que mereciam atenção na época eram os freios,em alta velocidade não respondiam com satisfação obrigando por muitas vezes os maquinistas a aplicarem o freio auxiliar de estacionamento.
Os frisos cromáticos são além de um destaque a mais nos trens um enorme problema para as equipes de manutenção especificamente do setor de funilaria,os bancos dos salões de passageiros são semi-ergonômicos,os sistemas de portas também deixavam a desejar.
Um dos avanços visíveis nas frotas de trens desta série trata-se do engate B.S.I.


Milésimo Carro construído pela Mafersa.

O Mafersa 700 chegava ao seu milésimo Carro produzido,Este milésimo carro roda até os dias e hoje totalmente original e bem desgastado sendo este o E.R.717.


Milésimo Carro 


 Milésimo Carro aspecto interno atual.

Mafersa 717 milésimo carro.


 Embora ainda apresentando alguns problemas estes passaram a ser corrigidos no novo lote de trens desta série destinado a STU-SP pela RFFSA.
Após o processo de desestatização a Supervia incluiu no programa estadual de transportes (PET),que previa a reforma e reabilitação dos trens desta série, alguns já encontravam-se baixados.


Mafersa 700 "Coca Cola"

Reformados pela Alstom e entregues nos anos de  2000 e 2001 estes trens não receberam Ar condicionado somente em 2002 todas as unidades modernizadas receberam ar condicionado,estas unidades tiveram os engates B.S.I. substituídos pelo engate mandibular.


Aspecto  externo Mafersa 700 Supervia.

 700 pintura Supervia já com engate Mandibular.

 700 Supervia com Ar condicionado.

 Mafersa 700 no trecho entre Japeri e D.Pedro II

Aspecto interno.

Propagandas tornaram-se comum nas séries de trens da Supervia e incluiram a série 700 R.J.

Um novo arranjo cromático foi adicionado em seu interior com cores Brancas e bancos azuis,o gangway foi mantido,nas unidades com ar condicionado nas passagens entre os carros foram adicionadas portas isto para permitir a eficiência do ar condicionado em cada carro e auxiliar a manutenção.


Aspecto interno do Mafersa 700 com ar-condicionado

Detalhe das janelas substituídas e do sistema de Ar condicionado 


No Rio de Janeiro Muitas unidades foram baixadas não sendo possível precisar quantas,muitas destas já descartadas a hipótese de reforma pelo avançado estado de degradação...


 700 Baixado nas oficinas de Deodoro.

  700 Baixado nas oficinas de Deodoro.

 700 Baixado nas antigas oficinas de Engenho de Dentro este carro já foi cortado e vendido como sucata.

Alguns Carros enviados do Rio de Janeiro para São Paulo para reforma nas dependências da Alstom acabaram ficando no pátio Lapa hoje sob custódia do DENIT (Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes).


 Carro 1110 no patio da Alstom Lapa SP.

Chaci do Carro 1110
 Carro 1095 no patio da Alstom Lapa SP
 Carro Mafersa 700 Carioca sem numeração de Chaci no patio Lapa
 Carro Mafersa 700 Carioca sem numeração de Chaci no patio Lapa


A série 700 e posteriormente série 1700 em São Paulo


Série 700 CBTU SP (Obs: estes trens que rodaram no período da CBTU em São Paulo nunca rodaram com logotipos da RFFSA).

Série 700 em Caieiras SP

Em São Paulo os trens da série 700 foram adquiridos em novo lote para a RFFSA que sem licitação e em caráter emergencial começaram a ser entregues em 1987, em uma produção completamente nova os trens da série 700 torna-se top de linha nas vias da RFFSA em São Paulo trafegando inicialmente entre Jundiaí e Paranapiacaba.

Série 700 em São Paulo.

Vale observar que nenhum trem da série 700 de São Paulo circularam no Rio de Janeiro e vice e versa,e nenhum destes rodaram com logotipos da RFFSA e EBTU em São Paulo.
Nos anos 90 os trens da série 700 em São Paulo apresentam problemas sérios de freios,em 1995 ainda sob custódia da CBTU um trem da mesma série havia apresentado problemas de freios e seguiu desgovernado entre Vila Clarice e Piqueri,não houve um acidente nesta ocasião em razão das medidas tomadas com a eminencia da colisão.


 Série 700 CPTM
Série 700 CPTM

 Série 1700 na estação da Luz SP

 Série 1700 em Franco da Rocha SP.


 Série 1700 em Caieiras SP

Série 1700 em Caieiras SP

Em 1996 a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) assume a CBTU-STU-SP,e inclui em seus planos de modernização os trens desta série , projeto este executado apenas em 2001 após o acidente de trens ocorrido em Perus em 28 de Julho de 2000 que vitimaram fatalmente 9 passageiros deixando mais de 70 feridos.

Acidente na Estação Perus atual Linha 7 da CPTM

O acidente foi ocasionado pela falta de freios de um trem que ficou estacionado na estação Jaraguá e desceu desgovernado após a falta de energia por um tempo prolongado vindo a atingir outra composição da série 1100 na estação de Perus.


Série 1700 na região de Caieiras SP.

 Série 1700 em Jundiaí SP

 Série 1700 na Estação Luz SP.

Série 1700 em Francisco Morato SP.


A CPTM envia os trens  série 1700 para modernização em 2001, as reformas resultaram em, pintura interna e externa,substituição dos sistemas de freios ,trocas de rodeiros e truques,inclusão de limpa trilhos,assentos preferenciais,substituição dos painéis da cabine e novo sistema de A.T.C. incluso e desenvolvido pela Alstom.


Acompanhe alguns vídeos dos trens desta série abaixo.


Trecho entre Japeri e Paracambi. Supervia Rio de Janeiro.


Trem da Série 700 da Supervia chegando na estação D. PEDRO II R.J.

Trem da série 1700 da CPTM Chegando na estação Luz SP.

Trem da Série 1700 da CPTM na estação Caieiras SP

Trecho da CPTM a bordo da cabine do trem da série 1700 da CPTM.

Chegando em Jundiaí a bordo da Cabine do trem da Série 1700 da CPTM


Em São Paulo existem algumas unidades baixadas por falta de peças de reposição são elas 1720-1719,1723-1724,1707,1708.


 1707 Baixado na oficina da CPTM, Lapa SP

 1720 Baixado nas oficinas da CPTM na região do Bairro da LAPA SP

1724 Baixado na oficina Luz Região do Bairro da Luz em SP


Acidente recente envolvendo um trem da Série 1700 da CPTM ocorreu em 12 de Julho de 2011 quando um trem da série 7000, atingiu um trem da série 1700 que estava parado na estação Barra Funda, Linha 7 da CPTM.






 Trem série 1700 1717.

Série 1700 atingido por trem da série 7000 na estação Barra Funda.

 1717 Aguardando perícia na oficina Lapa 1 dia após o acidente.

 1717 sendo concertado na oficina de Presidente Altino da CPTM.

1717 já concertado e pronto para receber pintura e para-brisas ainda este mês retorna a circulação.


Aguardaremos os próximos capítulos para os trens desta série em São Pulo e no Rio de Janeiro,um dos melhores trens produzidos pela industria ferroviária nacional que continua firme e forte levando usuários e passageiros aos mais diversos destinos das cidades do Rio e de São Paulo.


Matéria : Denis Castro
Pesquisa Wikipédia
Fotos Denis Castro.
Algumas fotos foram extraídas do Blog de André Vasconcelos.



Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Dennis, bela matéria. Na primeira foto desse post, aquele logotipo que aparece teria sido da EBTU ? Marcelo