terça-feira, 14 de junho de 2011

Metrô prevê desapropriar 22 mil m2 na zona sul

Área será usada para obras do monotrilho
VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO 

Uma área de cerca de 22 mil m2, distribuída em dez quarteirões dos bairros da Saúde e do Campo Belo, zona sul de SP, foi declarada de utilidade pública para obras da linha 17-ouro do metrô.
A primeira lista de imóveis a serem desapropriados para as obras da linha, que ligará o aeroporto de Congonhas ao Jabaquara e ao Morumbi, tem 39 casas, oito imóveis comerciais e 18 terrenos vazios.
Segundo o Metrô, as áreas serão desapropriadas para o acesso às estações Jabaquara, Hospital Saboia, Brooklin Paulista, Vereador José Diniz, Água Espraiada, Vila Cordeiro e Chucri Zaidan.
Porém, no decreto de utilidade pública não aparece a área que corresponde à estação Água Espraiada. Procurado, o Metrô não explicou o motivo da ausência até a conclusão desta edição.
Segundo o engenheiro Carlos Victor, 49, que tem um imóvel de 250 m2 no quarteirão formado pelas avenidas Vereador José Diniz e Jornalista Roberto Marinho e pelas ruas Barão de Sabará e Gabriele D'Annunzio, os moradores da área já sabiam que poderiam perder suas casas.
"Nós já tínhamos contrato assinado com uma construtora, que pagaria R$ 7.000 pelo m2", afirma. Uma cláusula do documento, diz ele, previa a anulação do negócio em caso de desapropriação.
Victor afirma ainda não saber quanto exatamente receberá pelo imóvel, mas que funcionários do Metrô dizem que o pagamento por m2 desapropriado na região fica entre R$ 3.000 e R$ 3.500.
O valor dos terrenos está valorizado ali, onde há um boom de prédios de alto padrão, que podem ser vistos nas quadras acima das alinhadas à Vereador José Diniz.
A declaração de utilidade pública ocorreu no sábado, três dias após o Cades (Conselho Municipal do Meio Ambiente) anunciar 55 exigências para a licença ambiental.
Entre elas, respostas a questionamentos como quais imóveis serão desapropriados, quem será responsável por isso (município ou Estado) e estimativa de custos para desapropriações.
O projeto é polêmico entre moradores do entorno da linha, que temem desvalorização. Há resistência ao modelo, um monotrilho -trem sobre trilhos elevados a 15 m.
A previsão para toda a linha é desapropriar cerca de 132 mil m2, equivalentes a 18 campos de futebol; 20% dos imóveis são de alto padrão.

Colaboraram EDUARDO GERAQUE e EVANDRO SPINELLI